Assumir a responsabilidade pela nossa vida
Vivemos num mundo onde é quase automático culpar: culpar o governo, o chefe, o colega, o trânsito, o mercado, a economia, o algoritmo e até o clima. Sempre que algo corre mal, temos uma lista pronta de motivos para justificar o que sentimos e os resultados que temos.
Mas há uma pergunta que quase nunca fazemos: onde ficamos no meio disto tudo?
Este artigo é um convite para refletires sobre responsabilidade pessoal, o impacto dos nossos hábitos e a forma como cada escolha cria um efeito na nossa vida.
Se queres entender porque é que continuas a sentir o que sentes, a fazer o que fazes e a obter os resultados que tens… continua a ler.
Culpar é cómodo, dá uma sensação de alívio momentâneo, evita olharmos para dentro e, acima de tudo, protege-nos de enfrentar admitir que temos poder na situação.
Quando dizemos, “A culpa é do governo”, “A culpa é do trabalho”, “A culpa é daquela pessoa”,“A culpa é da vida que eu tenho”…
… estamos simplesmente a entregar controlo.Quando entregamos o controlo, entregamos também a possibilidade de mudança.
A culpa pode até aliviar mas uma coisa é certa, não contribui para mudar, para transformar.
No crescimento pessoal há uma premissa base, que é, responsabilidade não é culpa, é escolha, é poder.
Não precisamos de controlar tudo para termos responsabilidade, só precisamos de reconhecer que há sempre uma parte que é nossa.
Podemos não conseguir controlar o mundo (que não controlamos) mas controlamos as nossas reações, as escolhas diárias, os limites que colocamos, os hábitos que repetimos, os projetos que adiamos ou a forma como respondemos às emoções.
É aí que reside a liberdade.
Este é talvez o ponto mais direto (e mais difícil) de aceitar: a vida funciona como física, cada ação tem uma consequência.
Se consumimos açúcar todos os dias, a conta vai chegar, não é azar, não é castigo, é consequência.
E isto aplica-se a absolutamente tudo:
- se passas horas no telemóvel, o teu projeto continua na gaveta provavelmente;
- se adias conversas difíceis, as relações complicam-se;
- se estudas consistentemente, os resultados aparecem;
- se repetes um hábito saudável, colhes um resultado positivo.
Não é moral, não é julgamento, é simplesmente causa e efeito.
O que fazemos hoje tem consequências amanhã.
Sim, há situações injustas, existem fatores externos, claro que o mundo nos influencia mas há uma parte que está nas nossas mãos.
Responsabilidade pessoal não significa levar tudo às costas, significa dizer: “Isto é o que eu posso fazer. Isto é o que depende de mim.”
E quando focamos no que depende de nós, em vez do que depende dos outros, ganhamos direção.
Se queres começar hoje aqui tens três passos simples
Quando algo corre mal, antes de culpar, pergunta - que parte disto dependeu de mim?
Cada hábito tem uma direção, uns aproximam-te do que queres, outros afastam-te.
Pequenas escolhas repetidas valem mais do que grandes decisões esporádicas.
Quando percebes que as tuas ações criam os teus resultados, percebes também que tens o poder de os mudar.